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O Fundo Positivo iniciou a discussão sobre mudanças climáticas durante a pandemia da Covid-19, a qual evidenciou o espelho das desigualdades sociais, encontrando as condições ideais para o abate de populações históricamente menos favorecidas devido as precárias condições de vida pela ausência de acesso às políticas de saneamento básico, tais quais: obtenção de água potável, esgoto encanado e tratado, coleta seletiva do lixo, habitação em espaços que sejam fora das áreas de risco ambiental para deslizamento de terras por fortes chuvas, erosão do solo e até mesmo a elevação do níveis dos mares, rios.

 

Torna-se fundamental enfatizar que o escopo dos projetos apoiados promovem ações abarcando a diversidade populacional em diferentes contextos  como: campo, cidade e floresta. Em virtude das intensas crises política, sócioeconômica e sanitária em que o país enfrentou nos últimos 6 anos, o Fundo também vem atuando com a população em situação de rua, a qual é uma das mais expostas aos impactos das mudanças climáticas.

 

Institucionalmente o Fundo Positivo atua com as populações do campo, da floresta e da cidade em contextos de maior vulnerabilidade socioambiental, econômica e epidemiológica, assim, percebemos que as mudanças climáticas impactam significativamente as populações em situação de segregação socioespacial com principal destaque para: população negra, mulheres cisgêneras, mulheres transexuais e  travestis, perpetuando o racismo ambiental e transfobia ambiental.

As ações promovidas acompanham a agenda de mudanças climáticas atuais e se alinham com as demandas apontadas pelos beneficiários, fomentando a atuação intersetorial, em rede e estabelecendo parcerias com os gestores públicos, apontando quais políticas estatais são necessárias para o enfrentamento dos impactos climáticos nos territórios, assim como o incentivo sobre a relevância da participação na deliberação do orçamento.

 

Todavia, o Fundo Positivo teve o papel preponderante tanto na disponibilização de recursos quanto na manutenção das agendas das OSC’s de base comunitária de todo o país e as Redes nacionais, visto que durante a pandemia de Covid-19 o estado brasileiro não se fez presente e/ou suficientemente presente para o enfrentamento e mitigação da iniquidades climáticas, sanitárias e socioeconomicas.

 

O escopo do trabalho promovido pelo Fundo Positivo, abarca as intersecções dos direitos das mulheres, a justiça climática e a justiça social, uma vez que apoiamos as OSC’s de base comunitária em territórios de segregação socioespacial envoltos de extrema vulnerabilidade socioambiental, climática, sanitária, política, econômica e epidemiológica, que afeta significativamente a vida das mulheres, inscrevendo-as sobre os signos de morte social e objetiva.

 

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SOBRE

O Fundo sempre alinhado com o movimento e as pautas globais atuais, percebeu a importância de agregar e ressaltar nas nossas ações a pauta da justiça climática, visto que, sem equidade de gênero aliado a preservação do meio ambiente para a mitigação dos impactos climáticos, não haverá reparação às pessoas em contexto de violação de direitos humanos e extrema vulnerabilidade socioeconômica, epidemiológica e ambiental.

 

A Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-27) e o Painel das Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, 2022) mostram dados alarmantes e cataclísmicos se a temperatura do planeta ultrapassar 1,5º graus Celsius no próximo século, porém as mudanças são sentidas agora, afetando não só o mundo mas, o país como um todo, e consequentemente, a sua população.

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Entre essas populações de extrema vulnerabilidade temos as mulheres trans e travestis que enfrentam altos índices de violência no país, exclusão dos programas sociais, serviços de saúde, educação e assistência, sobretudo a habitação. De acordo com os dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA (2022) a população encontra barreiras no mercado de trabalho formal, chegando a altas cifras de trabalho informal e precarizado, sendo 90% na prostituição, vivendo abaixo da linha da pobreza onde, inclusive tendem a residir em áreas com maior risco de desastre ambiental sejam eles por chuvas, enchentes, elevação dos mares, deslizamento de terras, ondas de calor e frio, dentre outros.

 

Em sua maioria, essa população vive em situação de rua o que as coloca como linha de frente nos impactos ambientais, porém são as últimas a receberem o socorro e auxílio, ficando literalmente desamparadas.

 

Diante da premissa supracitada, o Fundo Positivo amplia o fortalecimento das OSC’s com vistas a mitigar esses impactos e, consequentemente mudança no cenário atual, visto que o Brasil é um país transcontinental, com distintas mudanças climáticas, principalmente onde os projetos atuam, nas respectivas regiões: norte, sul, sudeste e nordeste, que tem sofrido desastres meteorológicos e climatológicos.

PROJETOS APOIADOS

As 4 organizações apoiadas foram:

 

  • Grupo Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero (Pernambuco, região nordeste);
  • Grupo Orgulho e Liberdade – GOLD ( Espírito Santo, região sudeste);
  • Associação de Travestis, Transexuais e Transgênero do Estado de Roraima – ATERR (Roraima, região Norte) ;
  • Associação de Transgeneros de Guaíba – Igualdade Guaíba/RS (Rio Grande do Sul, região Sul).

 

É notável o protagonismo de mulheres transexuais e travestis envolvidas neste processo. Entre as organizações apoiadas, uma trabalha com a população de transexuais e travestis e as outras três são constituídas essencialmente e lideradas por elas.

 

Os projetos promovem ações no campo do:

 

  • Combate à insegurança alimentar;
  • Disseminação da temática Justiça Climática para mulheres Transexuais e Travestis e formação de lideranças;
  • Acesso a programas habitacionais do governo;
  • Mapeamento  de dados acerca dos impactos das mudanças climática sobre os corpor da população trans e travesti;
  • Promoção de  ações em agroecologia com a produção de hortas urbanas, renováveis e de baixo custo,
  • Ações junto a universidade e coletivos com a perpectiva de ampliar  a discussão do tema por meio da arte e cultura;
    • Produção de materiais educativos, tais quais: cartilhas, dossiê, cards e vídeos, a realização de pesquisa, análise e produção de dados sobre essa questão nos territórios de segregação socioespacial, principalmente sobre temas, quais sejam: acesso a água potável, saneamento básico, risco ambiental habitacional ou vivência em situação de rua, coleta seletiva de lixo que estejam relacionados ao público alvo, inclusive pesquisas que fomentem como os saberes advindos do próprio segmento que possam contribuir para melhoria da crise climática;
  • Promoção de  ações no campo do advocacy, com vista à incidir políticamente na tres espferas do poder, quais sejam:  executivo, legislativo e judiciário.

CONHEÇA AS AÇÕES PROMIDAS PELOS PROJETOS APOIADOS NOS TERRITÓRIOS DE TRANSFOBIA AMBIENTAL:

1.OSC: ASSOCIAÇÃO DE TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E TRANSGÊNERO
DO ESTADO DE RORAIMA - ATERR
Estado: Roraima, na região norte.
Cidade: Boa Vista.
Nome do Projeto: Justiça Climática para Travestis e Transexuais em

Roraima. 
Resumo: O projeto realizou formações com travestis e transexuais sobre de justiça climática, promovendo a segurança alimentar das que estão em situação de rua, atuou junto com a assistência social reivindicando política habitacional para as travestis e transexuais, bem como distribuiu materiais impressos e vídeos para auxiliar as promotoras formadas em suas intervenções in loco nos bairros mais atingidos pelos desastres ambientais.
Pessoas atingidas diretamente: 250
Pessoas atingidas indiretamente: 750

 

→ VEJA AQUI IMAGENS DO PROJETO.

 

3.OSC: GESTOS - SOROPOSITIVIDADE, COMUNICAÇÃO E GÊNERO
Estado: Pernambuco, na região nordeste.
Cidade: Recife.
Nome do Projeto: TRANS PELO CLIMA: Justiça Climática também é
direito das mulheres trans e travestis.
Resumo: O projeto promoveu direitos das mulheres trans e travestis em Recife, numa perspectiva de justiça climática para garantir o acesso a informações e ao cuidado. Fortaleceu capacidades de 15 trans e travestis com mais de 50 anos para que incidam sobre políticas públicas via abordagem eco feminista, que conecta a busca por direitos, com a mitigação dos impactos climáticos, num contexto de permanente violação de direitos e alta vulnerabilidade socioeconômica, epidemiológica e ambiental que vivenciaram.
Pessoas atingidas diretamente: 41
Pessoas atingidas indiretamente: 1.000

 

→ VEJA AQUI IMAGENS DO PROJETO.

2.OSC: ASSOCIAÇÃO DE TRANSGENEROS DE GUAÍBA
Estado: Rio Grande do Sul, na região sul.
Cidade: Guaíba.
Nome do Projeto: Os Impactos da Crise climática vividos pelas travestis e  transexuais na Costa Doce.
Resumo: O projeto lutou por políticas habitacionais para travestis e transexuais, disseminou informações sobre justiça climática e transfobia ambiental, garantiu a segurança alimentar das travestis e transexuais que foram diretamente impactadas pela crise climática e desastres climáticos
ocorridos no Rio Grande do Sul no ano de 2023.
Pessoas atingidas diretamente: 75
Pessoas atingidas indiretamente: 1,000

 

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4.OSC: GRUPO ORGULHO, LIBERDADE E DIGNIDADE - GOLD

Estado: Espirito Santo, na região sudeste.
Cidade: Vitória.
Nome do Projeto: Transfobia Ambiental no Espírito Santo: vivências,
políticas e pesquisas.
Resumo: O projeto realizará o evento sobre Transfobia Ambiental, contendo quatro mesas de debate, que será realizado na UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, com transmissão online ao vivo, âmbito mundial. As mesasestão divididas em: análise sobre transfobia ambiental; vivências de pessoas trans indígenas; trans em situação de rua e privadas de liberdade. Embasado no debate sobre racismo ambiental na perspectiva interseccional, refletindo sobre as desigualdades e vulnerabilidades ambientais.
Pessoas atingidas diretamente: 100
Pessoas atingidas indiretamente: 500

 

→ VEJA AQUI IMAGENS DO PROJETO.

 

 

 

 

 

 

 

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